SEU NOME É MULHER
Desde os imemoráveis tempos a mulher vem sofrendo o estigma da solidão, emoldurada numa perspectiva de coragem e a desconfortável submissão à vontade masculina. Mas com Jesus foi diferente : foi ter com elas sob o conúbio de forças intrigantes que O ameaçavam como desarticulador da ordem social.
Embora não fizessem parte do seu pequeno reduto de seguidores Apóstolos, as mulheres já tomavam a dianteira dos serviços enobrecedores, testemunhando até o Calvário, entre lágrimas e sonhos de esperança e fé, o futuro das novas gerações que seguir-lhe-iam os passos na construção de uma civilização mais ética e igualitária.
Ele foi o precursor do feminismo , no mundo, quebrando , inclusive, várias regras estabelecidas pela comunidade Judaica, delegando às mulheres, papéis de suma importância dentro do seu grupo de seguidores.
Dentre elas podemos citar a figura ímpar de Maria Madalena,a de Magdala*, cidade de origem,escolhida a mensageira da Ressurreição.
Segue-se ao grupo Joana de Cuza, mulher de Cuza, procurador de Herodes. A notável inteligência e apaixonada sensibilidade de Maria de Betânia, a qual destacou-se pela amizade segura que o Mestre de Nazaré mantinha pela família, onde era bem recebido costumeiramente. Segundo
O cristo, “ Maria escolheu a melhor parte que lhe cabe.”.
Um estudo social de caso vem nos chamar a atenção: A Mulher de Samaria, ou a aguadeira encontrada no Poço de Jacó, que por sua vez, bebeu da água viva e abasteceu-lhe o ser de novas claridades espirituais. Tornou-se mais uma das suas grandes seguidoras, passando a evangelizar em Siquém*. Tamanha foi a sua ação renovadora que foi cognominada de “ A Iluminadora”. (vide Amélia Rogrigues em “ Luz do Mundo”.
Como esquecer um nome de mulher e mãe- A Boa mãe- Maria de Nazaré. Para esta, o nosso preito de gratidão e elevada amorosidade
por tê-la, no mundo , como o nosso grande referencial feminino.
“Eis aqui, a escrava do Senhor. Faça-se em mim , segundo a sua palavra”, denotando uma insuspeitável submissão à vontade de Deus.
Desde então pudemos vislumbrar, numa seqüência de fatos históricos, o avanço da força e atuação feminina, amparada pela visão democrática, ação itinerante e conseqüente inclusão social.
Sòmente nos fins do séc. XIX, as organizações femininas tornaram-se fortes e poderosas. O desenvolvimento dos sistemas públicos educacionais ainda precários, deu às mulheres, em vários países do mundo, oportunidades de qualificação profissional e muitas novas ocupações, adentrando-se, inclusive, nas Universidades.
O movimento de emancipação da mulher se fez notar mais precisamente, no séc. XX na Inglaterra. Na França fizeram-se notar pela maioria de Juízas; cinco entre oito estudantes de Farmácia eram mulheres. Na área de Letras constituíam a maioria. Notabilizou-se este avanço na Rússia onde 70% do ensino universitário era constituído por mulheres e nos setores de Saúde Pública compunha em 86% seu corpo médico. E assim seguia nas Artes, Justiça Popular, Literatura, música e ballet, tornando-se maioria.
Sabe-se que nos EE.UU. da América as mulheres tem acesso a todas as profissões, o que já vem caracterizando uma época de novas contribuições em favor da igualdade de direitos entre machos e fêmeas.
Possuidoras de um senso crítico aguçado seguido de uma forte intuição, elas não só amam como também estão abertas ao hábito do aprendizado tornando-se fiéis freqüentadoras das bibliotecas e lendo mais que os homens.
Nos países subdesenvolvidos, a posição da mulher ainda se encontra atrelada à configuração da família- como privilégio de classes. No Brasil, por exemplo, observamos que fatores sócio-econômicos como saúde, educação e trabalho, estão desintegrando as famílias e, desta forma , sobrecarregando as funções femininas que se desvelam entre o lar, o emprego fora de casa e os cuidados com a prole e bem mais perto do estudo e educação dos filhos.
A partir das décadas de 76 - 86, iniciou-se o movimento da mulher trabalhadora e até então as pesquisas nos tem demonstrado a sua força, inclusive na sustentação dos lares e através de participação ativa em tarefas antes exclusivas do universo laboral masculino.
Este engajamento social pressupõe o augúrio de uma ação libertária, onde a rejeição às raízes burguesas que a colocaram como objeto de prazer e dominação, ensaiam um novo modelo social.
No entanto, cabe-nos a tarefa de continuar investigando e contestando mais abertamente, as raízes dessa dominação que continua infiltrada na nossa precária cultura popular. A ignorância e a falta de acesso à educação permanece no nosso meio social como doloroso cancro que vem enfraquecendo o norte das nossas melhores intenções. È quando assistimos, insensíveis à causa humana, meninas, ainda crianças, prostituídas , malbaratando o seu sonho de amor e crescimento intelecto moral.Se, por um lado, a experiência biológica da maternidade traça para a mulher um mundo de cuidados em que voltando-se para o outro, emerge o amor desinteressado, diversas e adversas são as situações de total desencanto consigo mesmas.
Certa feita, conversávamos com uma jovem mulher que abria o seu coração para confessar-me a sua desdita. Alcoólatra, em crise depressiva, declarava ter praticado 08 abortos o que a fazia sentir-se fortemente culpada. No decorrer da nossa conversa eu lhe chamei a atenção para o fato d’ela ser livre para escolher, orientando-a no sentido de escolher o melhor para a sua vida. Entre assustada e curiosa ela quis saber mais e perguntou-me: - o que é isso que a sra. chama de livre-arbítrio? Passei então a lhe explicar pacientemente. Ao final ela me revelou: “_ se eu soubesse que era livre para agir eu não teria matado meus filhos. Eu pensava que tinha que fazer o que eu fiz.”
Mediante tamanha desnudez de caráter, senti-me comovida e sensibilizada, solidarizei-me àquela pobre criatura que desconhecia o direito de ser simplesmente livre para ser feliz e construir o seu próprio caminho.
Assim, acreditamos ser o conhecimento, ainda, a porta libertadora para o avanço sócio-cultural e espiritual e somente uma educação de base trará melhores condições e a necessária qualidade de vida tão fortemente desejada e como tal, motivadora de valores imperecíveis. É a partir do encontro e da parceria evolutiva que homens e mulheres poderão dar o salto qualitativo da cooperação.
Este ser, que temporariamente encontra-se submetido ao desempenho de um papel feminino é igual em direitos e deveres.
Seu nome é Mulher.
• Magdala:”aquela que vem de Magdala”. Cidade localizada na costa ocidental do Mar da Galiléia.
• Siquém : ( Shechem) cidade da Cisjordânia, situada ao norte de Jerusalém, entre o Monte Ebal e o MonteGerizim.
Creditos:
Sitio: Youtube
Musica:Maria Maria
Interprete:Milton Nascimento
Autor:Milton Nascimento
Postado por:TooMuchSumo em 29/03/2010
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ResponderExcluirMuito bonito tanto qto , irreal.
ResponderExcluirOs homens são assim. Em tese eles tudo podem.
Vc viu, amiga, como ele deixou bem claro: " se ele fosse Deus". Deus cuida de todos nós. Eu só censuraria, "coisinhas banais".
Gosto como Deus cuida de todos nós, homens e mulheres.
Um bj doce Vane.
Fica com Deus.