Os
anos sessenta marcaram época com o movimento febril da tão decantada “juventude
transviada”. Ídolos de necessidades passageiras coloriram o universo fantasioso
dos adolescentes, os quais se abeiravam às portas largas de permissivas atitudes, em notório descontentamento
interior vibrando protestos que se
notabilizavam através das vestimentas , do vocabulário”inovador”, das artes ,
da música e da dança.
Assim
projetavam mísseis de irrefreada
rebeldia.
Lutavam por idéias e ideais de liberdade, muitos, dentre eles, bem
intencionados, inteligentes, criativos. Assemelhavam-se a crianças traquinas em
desforço comum na luta contra os fantasmas invisíveis que povoavam suas mentes
preguiçosas e inoperantes.
De
certo constituíram uma frente poderosa e igualmente perniciosa. Ao invés da
contestação saudável, criou-se espaços à anarquia social, gerando um contexto
reparador- o conflito de gerações.
O
fumo, a droga, substâncias tóxicas incineraram valores transcendentes abrindo as comportas do
mundo do crime, da prostituição e do sexo livre. Concomitante, habituaram-se à ingestão de drogas
psicoativas tais como o
LSD, a maconha, o crack, a cocaína e tantas outras mais.
Como cegos, debatia-se a nossa juventude em overdose criminosa num verdadeiro
tiroteio, sob a mira especulativa dos então denominados,”traficantes”.
Nunca
a família foi tão contestada e ao mesmo tempo fragilizada .
A partir daí estivemos a braços com os deslizes morais, o absenteísmo familiar e a indiferença
e a falta de vontade política dos órgãos governamentais que
continuam, desavergonhadamente, insistindo em propostas paliativas e
desafiadoras.
O Brasil, por sua vez, através de dados estatísticos
atuais, vem sendo cotado como “recorde” mundial em homicídios.
Produto da vivência sem limites, nossa juventude
ainda transviada, pede socorro.
O crime organizado,
defluente de uma certa
apatia dos tempos modernos invade a sociedade como epidemia que se alastra à
revelia das ações de controle e repressão também organizada.
Reféns de uma pobreza sem igual, num país rico de
possibilidades, nobre e belo, contaminam-se os nossos jovens, dessa terrível
doença do século que grassa assustadoramente, paralisando a máquina do
progresso moral à serviço de interesses menos dignos.
Não
existe bússola. Falta teto. Falta comida. Falta trabalho.Falta segurança. Falta
educação. Falta saúde. Falta amor.
Assim depauperados, nossos jovens pedem disciplina e orientação seguras.
Porém,
nem tudo se perdeu. Resta-nos a vontade política de um povo, quase dominado ,
que ora se levanta, constituindo um dos maiores movimentos até então
registrados por fontes nacionais e igualmente, internacionais.
A
mídia não perdoa e os abusos crescem à proporção que as intenções melhores são
ainda ignoradas.
Continuamos
acreditando no poder da maioria intelecto-moral que resiste aos danos causados
pela pobre minoria, cúmplice e desvinculada dos ideais que norteiam a nossa Pátria
Mãe.
E o grito de alerta continua. Nas praças e nas ruas.
Queremos um Brasil novo. Uma República renovada sem desculpismos ou
acanhadas promessas de esperança.
Somente e a partir de uma educação de base aliada ao trabalho, o
fortalecimento dos laços familiares com a devida solidez da autoridade das
figuras parentais, adultos significativos, poderão implementar o conhecimento e
o devido respeito às leis divinas e humanas. Acreditamos ainda que a
despeito de tantos desvarios, poderemos, juntos, mobilizar esforços no sentido
de minimizar tais danos, implantando com urgência a semente do amor
paralelamente a um novo modelo educacional, politicamente organizado pela
solidariedade e participação efetiva do nosso povo que
se levanta e se agiganta, com o firme propósito de “incluir” esta geração que
sobrevive à margem, no submundo da ignorância.
Educar
a criança e o jovem deve constituir uma proposta assegurada por todos aqueles que já despertaram, sem omissão de serviço.
E
eu me pergunto:
-Até
quando haveremos de suportar a licenciosidade entrando nos nossos lares?
-Até
quando seremos saqueados em nossa igualdade de direitos e liberdade de ir e vir
como verdadeiros cidadãos do futuro?
Responde-me uma sensatez intuitiva e cientificamente comprovada:
-o amor é o ponto de
partida! A iniciativa proativa e eficaz por parte de todos que tocados em seus
brios pessoais, não se deixarão corromper.
Augurando
um final feliz, sugerimos, sobretudo a você, meu jovem, uma ligeira reflexão em
torno do assunto que nos diz respeito.
“
Contam que certo jovem sedento de afirmação
espiritual procurou certa vez o pensador e sacerdote hebreu Shammai e o
interrogou:
-Poderias
ensinar-me toda Bíblia durante o tempo em que eu possa quedar-me de pé, num só
pé?
-Impossível!
Respondeu-lhe o filósofo religioso.
-Então
de nada me serve a tua doutrina, redargüiu o moço.
Logo
após buscou Hilel ,o famoso
doutor, propôs-lhe a mesma indagação. O Mestre, acostumado à sistemática da lógica
e da argumentação, mas, também, conhecedor das angústias humanas, respondeu:
__
Toma posição.
__
Pronto! -_ retrucou o moço.
__
Ama! _ elucidou Hilel.
__
Só isso?! E o resto da Bíblia?_ inquiriu apressadamente.
__
Basta o amor.Concluiu o austero religioso_ Todo restante da Bíblia é somente
para explicar isso.”
(
autor desconhecido)
É
refletindo nessa experiência anterior que eu o convido a fazer uma ligeira
viagem ao seu mundo íntimo.
Neste
exato momento não estou bem certa se você tem consciência do imediatismo da sua
conduta. É natural. Quem sabe, os adultos que lhe acolheram como modelos,
equivocaram-se deixando-o desapontado e você busca, “in loco”, respostas
prontas e receitas infalíveis – o que nos parece compreensível, pois você nem
mesmo iniciou o seu projeto de vida.
“Amar
se aprende, amando”. Alimentado pela esperança, torna-se uma necessidade ontológica
que deve ancorar-se na prática do seu dia a dia. Indispensável acreditar no seu dinamismo pessoal, estar
ciente do dever retamente cumprido- alguém atuante e empreendedor.
Não
esqueça que você tem todo o tempo de que precisa para aprender a amar, sem
pressa, pois a mesma é inimiga da perfeição.
Movido
por tais alavancas poderosas você já pode prosseguir na fantástica viagem do
encontro consigo mesmo. O amor cura. O amor tem como prêmio o próprio amor.
Ame-se! Ninguém melhor que você para atualizar este comando psíquico de capital
importância no seu processo de
auto-descobrimento.
Quem
ama não adoece, pois o amor restaura e engrandece.
Faça
aquilo que é preciso fazer. Existe uma receita tão prática e econômica quanto
esta? A ação operante é o que mais nos impulsiona a sairmos do mundo das idéias
para otimizá-las ao longo da nossa vivência intra e interpessoal. E quando as
efetivamos, que sensação de utilidade!
É muito bom perceber que a nossa vida é importante e é nesse grande
conjunto de possíveis que fazemos a diferença.
E daí? Faz sentido, pois do contrário estaremos a um passo do buraco
negro da ociosidade e da depressão.
Ah!
Como é gratificante acionar os neurônios cerebrais e mais estimulante, ainda, é a soma de amor alinhada à razão,
transmutando aquelas velhas concepções de medo e insegurança.
Afinal,
crescer e investir nos conteúdos anímicos significativos é escolher a melhor
logomarca para “vender o nosso peixe”.
Sucesso
nos seus empreendimentos. E mais uma vez, vá com calma!
A natureza não dá saltos.
O
Brasil ainda nos pertence por direito e por destinação gloriosa!
Olvanir
Marques de Oliveira
Creditos;
Postado por : SenhorDa Voz
Dara 11/10/2010
Musica:Pra não dizer que não falei das flores (Caminhando e cantando)
Cantor: Geraldo Vandré
Compositor: Geraldo Vandré