Despertando a alegria de viver
Às portas de um novo milênio somos chamados a repensar o sentido real da nossa vida, bem como as nossas possibilidades de criatividade e realização.
Quando pretendemos viver plenamente, adotamos um novo conceito existencial.
Numa dimensão trans-pessoal, convencionemos o viver como um continuum existencial- além do sensório comum.
Uma vida bem vivida, já não mais se integra nas simples aquisições cotidianas. Não nos completa e nem repleta a nossa sensibilidade anímica, o fato de termos uma profissão, um trabalho bem remunerado, uma boa aposentadoria e esperar o momento tão equivocado, chamado morte.
É necessário implementar esforços na busca da descoberta e da realização do sonho pessoal, para melhor nos inserirmos no contexto atual e assim nos inteirarmos do nosso projeto existencial.
A alegria é o combustível necessário a uma conquista pessoal e de real significado a fim de melhor conquistarmos mais qualidade de vida.Ninguém como nós, pode senti-la e avaliar-lhe os benefícios com que nos propiciamos, como mais uma atitude interna de reconhecido agradecimento ao ato de viver.
Buscá-la nas mínimas realizações e expressões da natureza é um longo processo de tomada de consciência dos fatores e impedimentos à sua realização.
Uma das táticas, factíveis e ao alcance de todos, seria associar a intenção com a prática da meditação o que nos possibilitará ouvir a voz interior e adentrarmos, cada vez mais lúcidos no caminho da auto-realização.Sem esquecer que todos nós, somos capazes de viver uma vida de intensas alegrias. Este recurso, como tantos outros, encontra-se dentro de cada um de nós.
Costumeiramente permitimos que fatos ou situações desagradáveis, carregadas de tristeza, nos impeçam de agir com mais alegria e contentamento. Assim é que nos deixamos fixar no passado, sem viver o momento presente.
Todas as situações paralisantes, como: Crise financeira, amores desfeitos, problemas de saúde, mortes prematuras, dentre outras, tendem a influenciar no despertar da nossa alegria de viver.
Podemos rever nossas necessidades mais urgentes, por exemplo:
_Como gostaríamos de viver melhor?
_ Rodeado de amigos? Atuando significativamente na área profissional ou realizando serviços voluntários?
Observemos se essas e outras necessidades que surgirem, são essenciais ao nosso bem viver e questionemos , a seguir:.
- O que mais nos dá prazer?
- Quais são as necessidades que estamos atendendo?
- Quais as que não estão sendo preenchidas?
- Temos, realmente, necessidade d’elas?
Que tal, aproveitar a vida como ela se apresenta? Esta é uma alternativa bastante confortadora. Por outro lado, somente nós, podemos controlar as nossas emoções e ao interpretar os fatos, fazê-lo da forma mais objetiva possível. Ainda podemos escolher a melhor parte do bolo, tirando proveito do sofrimento sem se deixar abater, desidentificando-se com o mesmo.
Facilitar o nosso trabalho interior é não complicar o que não é complicado e adotar a simplicidade como um estilo e norma de conduta a ser vivenciada. Esta é uma arte concebida por aqueles que vencendo a si mesmos são competentes na naturalidade com que administram os desafios cotidianos.
Aqui vai , o que consideramos uma boa sugestão:
Agradecer mais e nunca pedir o supérfluo pois já temos o suficiente para viver bem com a desejada qualidade de vida.
Um bom exercício, será relembrar momentos agradáveis, ouvir músicas de nossa preferência e contactar, sempre que possível, pessoas que transmitam otimismo e bom humor.
Que tal revermos o nosso velho álbum de fotografias?
Lembra-se de quando eramos criança, a alegria estampada no nosso rosto? Raramente vemos fotos infantis, tristes e por que não experimentarmos a alegria de ser criança?
Despertemos a criança que mora dentro de nós. Ela se esconde e brinca, porém não esquece Brincadeira é coisa séria, o que não nos impede de sorrir às dificuldades.
Dizem os antigos e estudiosos que a alegria é o dom de Deus. Desperta-la e vivenciá-la é sentir-se conectado ao próprio Deus.
Não digo que é fácil, porém não pense que é impossível.
Concluindo: ainda consideramos o melhor caminho, ressignificarmos as nossas crenças,atualizando idéias pessoais e seguindo sempre o nosso rastro interior, pois nada mais conflitante que viver a vida dos outros esquecendo-se da própria vida.
Amanhã será um novo dia, e, nesse dia, por certo, começaremos uma nova estação, amparados pelo desejo de aprender e exercitar a alegria de viver.
Olvanir Marques de Oliveira