Diz-se, que
se comunicam, aqueles que tem algo em comum.
É importante
reportar-se ao outro com a mesma intensidade desejada. Neste caso, o “rapport”
constitui uma ferramenta necessária à plena compreensão d’aquilo que desejamos
alcançar através do nosso interlocutor.
Comece
descontraindo a outra parte. Conte uma pequena história. Fale um pouco da sua
experiência. Chegue mais perto. Deixe que o parceiro possa manifestar as suas
idéias. Permita. Ouça. Afinal, o diálogo é um meio de comunicação a dois ,
portanto, nada de solilóquios.
É de praxe
escolhermos o que as pessoas gostam ou deveriam gostar. Mas, por que você está
tão certo? Não custa nada perguntar. Investigue a vontade e o desejo do
parceiro. Informe-se, antes de qualquer iniciativa, pois a informação correta é
mais um instrumento de poder.
Nada d’aqueles
disparates: _ “Eu sabia que você não iria gostar.” Não se esqueça que os desagrados, tão naturais, fazem parte do
nosso convívio social. Saiba encará-los com diplomacia.
O devido respeito às opiniões alheias colabora para a
obtenção de um clima de harmonia e simpatia pessoal.
A difícil arte da comunicação
implica fatores e condições que podem ser viabilizadas no nosso cotidiano,
vejamos:
O canal de
comunicação deve se encontrar
desobstruído de pré-conceitos, má fé e ou resistências pessoais. Esteja
aberto.
Outro
aspecto deve ser considerado; o
saber ouvir. Dê um tempo para o seu interlocutor terminar de expressar-se, não
o interrompa nem planeje respostas antes mesmo de ouvir as perguntas, limite-se a responder
aquelas questões mais gerais. A sua intimidade deve ser
preservada, portanto, evite pessoas invasivas, inconvenientes.
O caminho
confissional é ainda a senda mais
indicada para o sucesso das nossas relações interpessoais. Fale com o outro e
não fale do outro. Diga o que pensa e deseja, porém, o faça em doses homeopáticas, em ambiente propício e acolhedor.
Nem sempre agradamos, já o dissemos , pois se assim o
tentarmos corremos o risco de nos tornamos bajuladores incontestes.
Conta-nos uma
pequena metáfora oriental que um determinado monge, em sua carreira iniciática, preparava-se para a sua
rotina messiânica quando ao longo do caminho parou para descansar. Como não
houvesse travesseiros, reclinou a cabeça em pequenos tijolos. Algumas mulheres,
aguadeiras, que por ali
passavam vendo-lhe a
tranqüila posição, censurou-lhe, dizendo:
-Tão jovem e não
consegue dormir sem travesseiros.
- Olhem! Dorme sobre
tijolos. Que absurdo!
O monge
incomodado com a insatisfação das mesmas, resolveu abandonar os tijolos e
continuou o seu repouso. Porém ao retornar, as senhoras do caminho retrucaram,
desta vez, escandalizadas:
-Vejam como é
orgulhoso! Só porque falamos, ele retirou os tijolos que lhe serviam de
travesseiro.
Desperto e
desapontado o jovem monge concluiu: De agora em diante farei somente a vontade
de Deus.
Parece óbvio, porém
costumeiramente, falhamos em nossa comunicação quando permitimos que tracem
regras de conduta e normas sociais ainda não estabelecidas em nosso código
pessoal.
Já dizia, o
velho Chacrinha:
“Quem não se comunica se trumbica.”
A escolha ainda é nossa.
Olvanir Marques de Oliveira