EU TE CONHEÇO?
O Sentimento de aversão é considerado, numa visão mais atual e espiritualista, como um dos equívocos da mente .
Atitudes como desprezo, menos valia e demais hostilidades para com o próximo, nos afastam e nos distanciam da Divindade. Não aceitando o outro, excluindo-o de nossas vidas, constitui uma reação de defesa, pois quase sempre enxergamos nele aquilo que negamos em nós.Tais mecanismos de fuga , tornam-se uma constante em nossas personalidades quando projetamos em alguém, assim, vendo melhor.
O outro passa a ser nosso espelho.Esse sentimento que nos aflige sorrateiramente é quase sempre acionado de forma inconsciente. Realmente, não nos conhecemos. Eu não te conheço. Tu não me conheces. No entanto há necessidade de maior proximidade e uma possível relação dialógica, abstendo-se de pré-julgamentos.
Amar e acolher o desconhecido significa atrair para si mesmo um “carma” positivo de solidariedade e compreensão mútuas.
O outro em mim mesmo é a voz da consciência chamando-me à razão para a devida sensibilidade e capacidade de ouvir e entender com empatia. Este ser com o qual eu ainda não aprendi a me relacionar não é responsável pelos meus insucessos. Toda criatura pode ser um elo de ouro em nossas vidas, assim, com elas, aprendemos e sem elas não vivemos a vida verdadeira.
Uma tática bastante antiga e que pode nos auxiliar no trato com o desconhecido é optar pelo “caminho confissional.”
Esta metodologia por certo, nos orientará no sentido de buscar e ouvir, a sós. O que implica uma comunicação mais direta e sem intermediários. Pergunte, fale dos seus sentimentos e ouça com bastante atenção o que o outro tem para lhe dizer.
È comum julgarmos e nos afastarmos d’aqueles que nos incomodam e ferem o nosso autoritarismo contumaz, não pensando e nem fazendo aquilo que nós queríamos que eles fizessem.
Experimentemos a idéia de trazê-los para o nosso mundo íntimo e observemos, como eu e nós, desejamos a felicidade.
É bem possível que não nos encontremos na senda que nos leva ao mesmo fim.
Como ninguém é o centro do Universo e igualmente somos diferentes , são estas diferenças que nos unem e nos tornam necessários e úteis.Tentemos vivenciar a igualdade na diversidade.
Quem é você?
Afinal eu não te conheço e tu não me conheces.
Que tal, atravessarmos a rua?
Prazer em conhecer-te.
Este é apenas o começo.
Olvanir Marques de Oliveira