“Tudo na vida passa.. Nada permanece”.
A transitoriedade do viver vem constituindo para todos nós, uma
grande angústia existencial. Nem sempre enxergamos o mundo como uma estação
propícia e acolhedora, nesta viagem do auto-encontro. Ancorados no porto das
apreensões corriqueiras, desviamos da meta e nos deixamos levar pela maré dos
acontecimentos.
O apego à família, aos bens materiais, ao status social e tantas
outras quinquilharias que pensamos levar na bagagem de retorno, nos cumula
com destroços da nossa insensatez
sob a forma aparente de “previdência”.
Os
cuidados do mundo, demonstra, ao nosso ver , uma cautelosa atitude- o que nos
facilitará futuras dificuldades quando o inverno chegar. È a velha história da
cigarra e da formiga.
Assim é o raciocínio do homem atrelado ao “Ego”. Não bastam as
lições diárias que nos advertem do perigo e que se constituem verdadeiros sinais de alarme, como: a
insônia, a irritação constante, as insatisfações de toda ordem, gerindo o gosto amargo das nossas atribulações
e emoções inúteis.
Alguns ponderam: eu não mereço! É demais para a minha “cachola”.
Outros intentam, desprovidos de caráter, o jogo fácil da esperteza que lhes proporcione
mais e mais vantagens. Há, ainda, os que insistem em preconizar a lei do mais forte,
afinal dizem, o mundo é dos que
sabem curtir e gozar. Assim vou aproveitar enquanto eu posso.
Quase certos de tamanha
incoerência, mal nos apercebemos que o tempo urge e continuamos sem tempo suficiente
para aproveitar o tempo que nos resta. O lucro real sòmente nos aprimora o desejo de superar os acontecimentos e
deixar para depois o que poderíamos, agora, realizar. É então que o momento da
sobrecarga das energias gastas nos convoca a compromissos inadiáveis.
Enquanto aqui permanecemos, somente enxergamos com as lentes escuras
do egoísmo. Talvez um dia, quem sabe, nos encontremos preparados para tais
cometimentos. E a voz da consciência atenderá os apelos do Eu Superior: “Não
recalcitres, avança o mar das tuas idealizações, lança as redes e navega.
Amanhã, por certo, não terás a mesma oportunidade.
Reconsideremos e retomemos
o caminho de volta. Viver é preciso. Administrar o instante presente com a
sabedoria perene dos que sabem “passar pelo mundo”, sem ao mundo pertencer.(Jesus)
Confúcio, referendando o mestre de Nazaré, denomina a sintomatologia
dos que choram a perda do que não possuem, como o “sofrimento da impermanência”.
È apenas uma questão de inteligência emocional. Se procurarmos entender a natureza das nossas relações, o objetivo dessa passagem e o
mergulho no invólucro carnal assim como a necessária submissão às leis
biológicas, nos libertaremos do sofrimento, pois o real é impermanente e sòmente
permanece o irreal, invisível aos nossos olhos. Este é essencial.
Olvanir Marques de Oliveira
Creditos:
Sitio: Youtube
Musica:Música Celta- Enya
Interprete:Violines y Arpa
Autor:
Postado por:Gelyportma em20/10/2011